. Sara V.
. As autoras de Um conto de...
. O CARACOL PREGUIÇOSO E A ...
. As autoras de Um Conto de...
. A Zebra que perdeu o Pija...
. Uma aventura com fantasma...
. História da Bruxinha Andr...
A girafa Catarina era uma linda girafa pequenina, pois ainda era menina. Como todas as meninas pequeninas a nossa girafinha gostava brincar, saltar e pular. Mas também gostava de comer as folhas verdinhas e apetitosas das árvores altas da selva, que eram as mais saborosas. Na verdade as girafas adoram essas folhas e como as mais apetitosas nascem logo nos ramos mais altos das árvores, todas as girafas para as poderem comer têm um elegante pescoço comprido, mas bonito e colorido. Contudo a pobre girafinha tinha um problema que a andava a maçar, é que ela passava vida constipada, o que para uma girafa é uma grande trapalhada. Pois, com aquele pescoço comprido e a passar vida a espirrar, a pobre girafa via-se muito embaraçada. Assoar o nariz com aquele pescoço comprido era uma confusão e por vezes derrubava as folhas para o chão. A girafa Cristina que era mãe da girafa Catarina começou a ficar muito preocupada coma situação, pois cada vez que pequena girafinha se constipava era uma complicação. O que valia era que raramente chovia e com o sol a brilhar a constipação costumava ser rápida a passar.
Mas um belo dia estavam as duas girafas mãe e filha a almoçar as folhas apetitosas pelas quais eram tão gulosas e estavam tão entretidas e distraídas que nem deram por aparecerem umas nuvens atrevidas e um pouquinho malvadas, que vendo as girafas distraídas, acharam piada deixá-las todas molhadas. As pobres girafas estavam tão distraídas a comer que, quando começou a chover foram apanhadas desprevenidas, e não tinham onde se esconder. As pobres girafas ficaram encharcadas, foram para casa a correr mas já estavam todas molhadas. Tentaram secar-se o mais rápido que podiam e conseguiam, mas já não havia nada a fazer a girafa Catarina ficou tão constipada que nos dias seguintes nem conseguia comer. Foi então que a sua mãe decidiu levá-la ao médico.
O melhor da selva era o Doutor Hipopótamo Heitor, que, por ser gago era conhecido como o Doutor Heitor Tor, pois sempre que se apresentava, ficava um pouco nervoso e gaguejava. De início, o Doutor Heitor Tor pensava que os outros animais da Selva estavam a gozar com ele por ser gago, até que compreendeu, que alguns animais nem se apercebiam da sua gaguez e pensavam mesmo que aquele era o seu nome. Viu que afinal não faziam por mal, que não era por malvadez, nem estavam a gozar com a sua gaguez, e até começou a achar piada ser conhecido como o Doutor Heitor Tor.
Assim que a Girafa Catarina se aproximou, mal podendo falar, o Doutor apresentou-se:
- Olá bem-vinda ao meu consultório. Eu sou o Doutor Heitor Tor e quero curar a tua dor!
_ E eu bem preciso Senhor Doutor.- Respondeu a girafa numa voz muito sumida e fanhosa, pois tinha a garganta dorida e estava muito ranhosa.
Nem precisou de falar mais, para O Doutor Hipopótamo perceber o que estava a acontecer:
- -Pobre menina tens uma doença rara das girafas, é uma Girafite aguda, que faz com que constipes com muita facilidade. Tens de andar com o pescoço bem agasalhado, se não isso nunca vai ficar curado., e tens também de beber muito sumo de tangerina. A girafa Catarina respondeu que era fácil beber o sumo da tangerina mas o que ia ser difícil lera ter o pescoço agasalhado, era muito complicado.
O Doutor Heitor Tor depois de muito pensar chegou à conclusão que um cachecol fofinho era o melhor para agasalhar, o pescoço comprido da girafa Catarina e também lhe aconselhou quem lho podia tricotar, a sua amiga aranha Teca, que morava no cimo da Colina.
A girafa Catarina, ficou cheia de medo e disse ao doutor que tinha ouvido dizer que a aranha Teca era muito perigosa, e tinha uma enorme teia gigante onde que prendia quem apanhasse desprevenido e que enfeitiçava quem por lá passava e nunca mais ninguém voltava.
O Doutor riu a bom rir, e disse que tudo isso era um disparate sem nenhum sentido, que tinham inventado por ela morar num sítio muito escondido e ser uma aranha muito grande. Alguns animais tinham também muita inveja da Aranha ser tão habilidosa e ter uma fabulosa teia, por isso inventavam mentiras para afastar quem a quisesse visitar. Tranquilizou-a, dizendo que era amigo da Teca, que, já lhe tinha tricotado roupas para o seu filho bebé. Por isso aconselhou a Girafa a dizer que a ia aconselhada pelo seu amigo Doutor Heitor Tor, fazer o pedido de lhe tricotar um cachecol para o pescoço comprido. Como a Girafa Cristina confiava muito no Doutor não hesitou em levar a sua menina a Aranha para lhe pedir então o favor de lhe tricotar um cachecol. O caminho era ainda um pouco demorado, e Aranha morava mesmo no cimo da colina numa gruta isolada.
Assim chegaram lá depois de uma grande caminhada. Encontraram a aranha muito atarefada a tricotar um belo cachecol amarelo às bolinhas que parecia mesmo a pele das nossas girafinhas.
-Entrem, entrem, disse amavelmente sem parar de trabalhar.
-Já sei o que aqui vêm buscar! Está quase pronto a usar!
- Obrigada Dona aranha, mas como sabia?
- O doutor Heitor teve medo que demorasse para me encontrar, por isso pedia à amiga pomba Maria o favor de me avisar, que me viriam pedir uma cachecol para um a girafinha se agasalhar.
As girafas estavam encantadas com a teia brilhante e colorida onde a aranha Teca se encontrava a trabalhar e gentileza da Aranha era de pasmar. O Doutor Heitor tinha razão, melhor tricotadeira não se encontrava na região. Por isso era a inveja que a muitos fazia falar e a difamar.
A aranha como pagamento só quis que girafa lhe alcançasse umas folhas verdes e umas flores que ela não conseguia alcançar, para sua casa decorar.
Assim mãe e filha foram-se embora muito contentes, com um cachecol lindo de encantar no pescoço da girafinha Catarina que agora estava quentinho, com aquele cachecol fofinho. Assim nunca mais se iria constipar.
Conto escrito e ilustrado por mim (Flora Rodrigues) com participação da minha filha de 3 anos e meio que escolheu o nomes dos personagens do Doutor e da Aranha.
Dedicado à minha sobrinha Catarina Aleixo.
(Post programado)
Era uma vez um caracol que andava a passear todo contente com as suas antenas ao sol. Enquanto passeava ele ia cantarolando:
Que lindo dia de sol!
Para andar passear
Que lindo dia de sol!
Eu sou um belo caracol
Que anda aqui a cantar…
Lá lá lá lá lá lá……
Andava então na sua vidinha muito satisfeito o caracol, espevitando muito contente as suas antenas o sol, a passear de folha verdinha em folha verdinha. Todo contente e satisfeito, mordiscava uma folhinha aqui, mordiscava uma folhinha ali e ia dizendo a toda a gente e encontrava que aquele era um belo dia. Um dia perfeito. Sim um dia perfeito para um caracol preguiçoso que nada gostava mais de fazer senão passear e comer alegremente de antenas ao sol.
Enquanto o caracol andava assim alegre na sua vida, espreitava uma nuvem marota e atrevida:
-“ Que bela vida tem este caracol. Deve ser bom, nada mais ter para fazer, do que passear ao sol. Mas eu tenho trabalho a fazer e por isso o sol vai desaparecer e agora vai chover.”- pensou a nuvem divertida com a grande partida que ia pregar ao caracol que andava a passear -“coitado, quando der por ela, nem a casota lhe vai valer. Vai ficar todo encharcado!”- e riu-se num riso de nuvem muito molhado, pois ao mesmo tempo começou a enviar uma grande quantidade de gotas de água grossas e fortes que ao chegarem à terra deixaram tudo encharcado.
Lá bem no alto no céu, estava entretida a brincar a nossa nuvem atrevida. Já se cansara de trabalhar. Agora era a sua vez de andar entretida. Ia começar a brincar ao faz-de conta das nuvens, acabava de fazer de conta que era uma nuvem flor quando ouviu o caracol a resmungar:
-Estava um dia tão bonito e tinha que vir uma nuvem pateta fazer chuva para o estragar!
-Pssst pssst senhor caracol!
O caracol olhava, olhava e nada via em seu redor.
-Pssst pssst senhor caracol! Procure melhor!
O caracol continuava a olhar a para todo o lado sem ver quem o estava a chamar.
-Pssst! Pssst! Senhor caracol! Procure melhor! Sou eu a nuvem que estou aqui em cima ao pé de si!
- Sabe senhor caracol enquanto andava o senhor a passear de antenas espevitadas ao sol, eu estava a trabalhar para que o senhor se pudesse alimentar e abrigar!
-A trabalhar?! Chama trabalhar a encharcar as pessoas? -Retrucou indignado o caracol.
Mas a nuvem muito calma e a sorrir continuou:
- Sim a trabalhar! Se o senhor teve folhas verdes e apetitosas para se deliciar e abrigar a descansar, do seu passeio foi graças ao meu trabalho, mas se não fosse eu receio que passasse fome. Pois se eu não enviasse uma boa carga de água para que as plantas se pudessem alimentar e renovar ficado verdes viçosas, estas não só deixariam de ser tão apetitosas como morreriam de fome e de sede. Não morrerias tu de sede se deixasse de chover? O que irias beber? Talvez não fosse agradável ficar encharcado, mas olha como está tudo mais bonito e verdinho! Ou vais dizer-me que não tinhas notado?
O caracol envergonhado com o seu egoísmo reconheceu que nunca tinha pensado, que de facto a nuvem tinha razão. E também não era assim tão grave nem desagradável ter-se molhado, pois até se tinha refrescado e num instante tinha secado.
Assim a nuvem e o caracol fizeram as pazes e tornaram-se grandes amigos, pois às vezes podia não parecer , mas se o caracol e outros seres viviam não era só ao sol que o deviam, mas também a nuvem que fazia chover para que as plantas pudessem crescer verdes e viçosas e eles e os outros seres vivos tivessem água beber.
Conto escrito e ilustrado por mim dedicado à minha filha Bárbara, inspirado num Conto de António Torrado.
Flora Rodrigues
12 de Outubro de 2008
Quem goStar de Histórias preste atenção um conto de reis vai voltar. Para breve mais duas histórias:
-A Girafa constipada
-O caracol preguiçoso e a nuvem trabalhadora.
Há muito muito tempo, o Planeta Terra era um único país.
Quem governava o País da Terra era o rei Chatinho.
O rei Chatinho não tinha graça alguma, era enfadonho e mal humorado. Não sabia sorrir, cantar ou dançar. Era aquilo a que se chama um sensaborão. Porém, tinha casado com uma rainha muito simpática e divertida. A rainha D. Gracinha. Com ela teve dois filhos: o príncipe Dinis e o príncipe Gustavo. O primeiro, tinha herdado a natureza alegre e expansiva da mãe e o segundo, o carácter sombrio do pai.
O rei Chatinho era tão chato que até conseguiu transformar D. Gracinha numa senhora com menos piada, com o passar dos anos.
Uma vez, o rei Chatinho só para aborrecer o povo mandou pintar o mundo de cinzento. As pessoas ficaram muito tristes por não verem quaisquer cores, apenas as dos seus cabelos, olhos e peles. Até a roupa que usavam era cinzenta, tal como o céu, o sol, a lua, o mar, a terra, as árvores e os animais.
Assim, acordar todos os dias passou a ser um tédio.
Os meninos e as meninas não tinham vontade de ir à rua, à escola ou ao jardim, pois era tudo igual, tudo cinzento.
Os mais velhos não tinham ânimo para trabalhar.
Os casais jovens não queriam ter filhos, para que esses não viessem também a sofrer com aquele cinzento todo. O mundo iria ficar despovoado nos séculos seguintes e o equilíbrio da humanidade entraria em crise. Apenas sobreviveriam os chatos, como o rei Chatinho, e o mundo seria uma grande chatice. Era para esse futuro que o País da Terra caminhava a passos largos.
O príncipe Dinis também estava a transformar-se num jovem apagado, sem paixão.
Um dia o rei Chatinho não acordou. Viajou, em sonho, até ao seu céu cinzento, sem mais regressar.
O príncipe Dinis, por ser o mais velho, subiu ao trono, passando a ser o rei do País da Terra. Afinal, em qualquer monarquia é sempre o príncipe primogénito a ocupar o cargo de soberano (salvo raras excepções).
Ora, logo no seu primeiro dia como rei, D. Dinis não sabia o que fazer, como reinar. Via o seu povo muito triste e parecia não encontrar solução para pôr fim a tal sentimento. Sentou-se nos jardins do seu cinzento castelo, visivelmente angustiado, até que de repente, não se sabendo como ou de onde, uma bela fadinha surgiu e lhe sugeriu que pedisse um desejo. Foi então, que uma grande ideia assaltou o pensamento do rei.
D. Dinis pediu-lhe que lhe concedesse poder para pintar de novo o mundo. A fadinha sorriu, feliz, baixou a sua varinha de condão sobre a cabeça do jovem e disse: - Concedo-te, então, o teu desejo. Nessa altura, muitas estrelinhas (ainda cinzentas) se soltaram da varinha mágica.
O novo rei ansiava colorir, com o máximo de cores possível, o País da Terra, por forma a que as pessoas reavessem a alegria de viver. Como se D. Dinis não tivesse percebido bem que já o podia fazer, a fadinha bondosa disse-lhe que o fizesse já naquele momento. D. Dinis podia pintar o mundo a seu gosto. Que alegria!
O novo rei demorou precisamente sete dias para colorir toda a Terra.
Terminou essa tarefa muito cansado mas, também, muito feliz.
Assim, D. Dinis pintou o mundo com as cores do arco-íris.
O céu e o mar adquiriram bonitos tons de azul, a terra foi pincelada de castanho, a areia de amarelo e a neve de branco. Para a relva e para as folhas das árvores escolheu verde e para os troncos das mesmas castanho. Às flores deu-lhes todas as cores da paleta de um verdadeiro pintor. Pintou o sol de amarelo, a lua de branco, os telhados das casas de vermelho, os rios e os lagos de azul, a lava dos vulcões de cor-de-laranja...
Os animais também foram contemplados: a cegonha vestiu-se de branco, o leão de dourado, o flamingo de rosa, a pantera de preto, o esquilo de castanho, o papagaio de diversas cores. Todos os bichinhos da Terra ficaram mais bonitos com excepção para o rato e para o elefante. O rato estava escondido num buraquito qualquer e o rei não o viu. Quando chegou a vez de pintar o elefante, D. Dinis já estava quase sem tinta e o animal era muito grande!
Os meninos e as meninas ganharam roupas novas, azuis e cor-de-rosa, e lápis de cores para fazerem desenhos coloridos. Desenhos alegres, que representassem o mundo em que passaram a viver. Até a fadinha foi presenteada com um vestido rosa e as estrelinhas que iriam sair da sua varinha de condão seriam douradas!
Nada escapou ao pincel de D. Dinis... a não ser o rato e o elefante, é claro!
Os adultos passaram a sorrir mais vezes. A vida ganhou outra cor!
Conto escrito e ilustrado por Sara V. (do meu livrinho "Duas Mãos Cheias de Histórias")
Dedico aos meus três filhotes
No País da Chuva não fazia vento, não havia sol.
No céu, muitas nuvens cinzentas e azuis escuras transbordavam mais de mil gotinhas de água por minuto. Como estas nuvens estavam sempre muito "gordinhas" passava o dia a chover.
Os habitantes do país da Chuva eram magrinhos e cinzentos como o tempo. Eles não tinham culpa de serem pouco alegres, pois com um clima tão triste era difícil as pessoas serem mais bem dispostas. Afinal, mal se podiam mexer, por andarem sempre carregados de chapéus-de-chuva e vestidos com camisolões, casacos, gabardines e outros fatos impermeáveis.
A chuva, que nunca parava, obrigava-os a ficar quase sempre em casa.
Não iam à praia nem ao jardim.
Não tinham esplanada nem campos de futebol ao ar livre.
Não andavam de bicicleta nem de mota.
Estavam condenados a não apreciarem as radiosas manhãs e as soalheiras tardes de sol que nós tão bem conhecemos.
Constipavam-se muitas vezes por mês, de tal forma que, em certa altura, deixou de haver um único lenço de papel no País da Chuva e os meninos e as meninas traziam o nariz vermelho e entupido.
O País da Chuva era governado por um rei que tinha pelo menos dez crises de amígdalas por ano. Chamava-se D. Gargantilha. Ora, D. Gargantilha era casado com a rainha Dona Sininha , uma senhora que sofria de sinusite crónica. Por sorte, os reis eram pais de três princesas muito bonitas e saudáveis. As princesinhas já eram crescidas, estando em idade casadoira, porém nenhum príncipe dos reinos mais próximos se mostrava interessado em casar com qualquer uma delas. Nenhum deles queria um dia vir a ser rei do País da Chuva. Orientar um povo tristonho, usar permanentemente chapéu-de-chuva e galochas e passar dias enfadonhos a olhar as nuvens "gordinhas" através das janelas do castelo não devia ser muito agradável...
Assim, as princesinhas, apesar de respirarem boa saúde, estavam cada vez mais tristes.
Um dia, tudo mudou.
Era mais um dia chuvoso, quando apareceu no País da Chuva um belo e, aparentemente, pobre rapaz.
O moço, igualmente em idade casadoira, estava muito sujo. Tão sujo que chegava a cheirar mal. O seu cabelo loiro parecia cinzento. Usava umas roupas velhas e desbotadas. Estava perdido.
Aproximou-se dos portões do castelo. Tocou na sineta e esperou. Logo surgiu um guarda. Quando este já se preparava para o mandar embora, devido ao seu aspecto de vagabundo, a princesa Laurinha (filha do meio dos reis do país da Chuva) apareceu. Estava de saída, ia às compras - comprar mais um guarda-chuva, porque os seus já estavam gastos de tantas gotinhas de água caídas do céu. A princesa Laurinha assistiu à conversa do rapaz com o seu guarda e decidiu interceder a favor do moço. O pobrezinho disse-lhe que se tinha perdido e que estava muito cansado por andar há sete dias e sete noites sem parar. Tinha fome, precisava de tomar banho e de lavar as suas roupas. Contou-lhe também que já tinha pedido ajuda a outros reis e rainhas de reinos por onde tinha passado e que ninguém o ajudou. A princesa Laurinha ficou com pena do rapaz e levou-o para dentro do castelo.
Depois de o ter apresentado aos pais e às irmãs, mostrou-lhe a casa-de-banho real e a cozinha real. O rapaz lavou-se e saciou a sua fome com uma perna de perú
Quando voltou novamente à presença da família real parecia outro, estava irreconhecível. Também vestia umas roupas limpas que um súbdito de D. Gargantilha lhe havia arranjado. Era muito bonito e bem parecido. Alto, louro, de olhos azuis. Finalmente, apresentou-se como sendo o filho primogénito do rei do país do Sol. Confessou estar apaixonado pela bondade e simplicidade da princesa Laurinha e pediu ao rei a sua mão em casamento.
A princesa Laurinha ficou muito contente e D. Gargantilha não encontrou motivos para não deixar a sua filha casar com aquele príncipe. O único receio que tinha era o de nunca mais voltar a ver a sua princesinha, já que ela, certamente, ia preferir mudar-se para o País do Sol, uma vez que tinha vivido sempre na chuva.
Mas o melhor ainda estava para vir...
O príncipe revelou que por ser o filho primogénito do rei do país do Sol tinha sido abençoado por uma fada quando nasceu que lhe tinha concedido o dom de levar o sol consigo. Assim, deu um bocadinho de sol ao País da Chuva.
Os príncipes casaram no mês seguinte, deram uma grande festa, viveram felizes para sempre e tiveram muitos filhinhos. O príncipe, que abdicou de reinar no País do Sol, ficou a viver com a princesa Laurinha no País da Chuva.
A partir dessa data não faltou sol a este reino e todos os seus habitantes puderam deixar de usar chapéu-de-chuva e de trazer o nariz vermelho entupido. Todos os meninos e meninas conheceram a felicidade de andar de baloiço no jardim e de nadar na praia sem terem medo de se constiparem. D. Gargantilha não teve mais amígdalas e Dona Sininha melhorou da sinusite.
Do País da Chuva apenas permaneceu o nome...
De Sara V. , in "Duas Mãos Cheias de Histórias" (Escrito e ilustrado por mim)
Não podia deixar de aceitar o convite para participar num blog feito a pensar no que o mundo tem de melhor: as crianças! E logo eu que sou mãe da Rita, do Dinis e da Laura... É muita responsabilidade, ah ah!
Não podia deixar de aceitar o convite de alguém por quem sinto carinho, admiração e que tenho em tanta consideração.
Não podia deixar de aceitar o convite de alguém que se lançou corajosamente no mundo das letras e dos desenhos. E que o faz com tanto gosto!
Quanto ao incentivo que possa ter dado é porque acredito que escreves com a alma e que desenhas com o coração. E tudo o que é feito com ternura e dedicação merece sempre a minha atenção...
Assim, estou muito feliz, de ser as outras "duas mãos" deste Conto de Reis que agora passou a ser feito a "quatro mãos".
Espero que esta seja uma aventura na Terra dos Sonhos e que dure uma infância...
Dedico, da minha parte, este Conto de Reis aos meus filhos, à "minha" (que é tua, eheh) Bá, às tuas sobrinhas e a todas as crianças.
Não podia deixar de agradecer as tuas palavras carinhosas... Esta, foi a forma que encontrei...
Obrigado!
Agora, vamos a isto!!!!!
Um conto de reis foi um blog que nasceu dedicado às minhas sobrinhas, depois ficou um pouco parado ,com o nascimento da minha filha decidi ressuscitá-lo. Assim decidi dedicar às minhas sobrinhas , à minha filha , a a todas as crianças e pessoas que gostem de histórias.
Ao ler os contos e ver as ilustrações da Sara /Lua de Sol não resisti a convidá-la, não resisti convidá-la a participar deste projecto. Porque acho que partilhamos da mesma inspiração e gostamos de fazer as nossas crianças viver num mundo colorido de fantasia. Até porque me tem sempre apoiado e incentivado a continuar e inclusivamente deu-me força para fazer as minha próprias ilustrações. Assim a partir de agora, um conto de reis, vai ser feito a quatro mãos. Vai com certeza ganhar mais vida. Obrigada por teres aceite o convite!
Raquel era uma pequena lagartinha verde e peludinha, que passava os seus dias numa folha verde como ela. Era muito alegre a lagartinha e adorava brincar especialmente quando chovia, enquanto se distraía na sua folha a passear. A nossa lagartinha adorava brincar nos lagos que as gotas de água de, orvalho formavam pela manhã. Pois para uma lagarta tão pequenina como ela, uma gota era um lago e não uma gota singela. E alegre brincava e pulava e a sua sede saciava. Até um que um dia depois de ter reparado que quando o sol brilhava estes pequenos lagos reflectiam a sua luz, pensou que provavelmente a sua imagem também seria reflectida. A nossa lagartinha estava muito curiosa, pois nunca tinha visto a sua imagem . E pensava muito esbaforida de correr e fugir aos pássaros que a tentavam caçar para almoçar, como seria a sua imagem. Seria só verde seria, seria muito bela colorida? E por isso era tão querida. Não aguentou a curiosidade e espreitou. Mas ao espreitar, assim que a sua imagem viu, imaginem só o que aconteceu?
A nossa lagartinha, assustou-se e fugiu dali com quantas pernas tinha, a chorar. Sou tão feia é por isso que os pássaros me perseguem. Sou um monstro assustador. E assim com um grande desgosto foi procurar um esconderijo, pois depois de se ver tinha ganho ainda mais medo dos pássaros que a perseguiam. Passou por ela a sua amiga cigarra, que lhe perguntou onde ia tão triste e apressada. E entre lágrimas e soluços lá contou á sua amiga, os motivos da sua tristeza.
A Cigarra disse-lhe para não ficara assim, pois gostava dela era uma boa amiga, com a qual gostava de brincar. Mas a lagartinha muito triste respondeu-lhe que estava triste demais para brincar e que queria ficar sozinha. Embora tivesse ficado triste por não ter conseguido animar a sua amiga, a Joaninha fez-lhe a vontade e foi-se embora. Assim a lagartinha seguiu o seu caminho até encontrar um belo esconderijo. Estava bem escondida na árvore e conseguia através e um buraquinho minúsculo que lá existia, que o sol penetrasse na árvore. Assim acariciada pelos raios do sol e sentindo-se segura no escuro do seu esconderijo, a lagartinha deixou-se dormir. E dormiu muito tempo.
Aos poucos foi-se sentindo cada vez mais aconchegada como se estivesse num colchão macio e o seu sono era cada vez mais tranquilo. Passado algum tempo começou sentir-se apertada como se o esconderijo fosse pequenos demais e acordou sobressaltada a pensara que tinha sido apanhada. Morri e estou na barriga de um pássaro pensou ela. Mas logo viu que não pois conforme se mexia o fino colchão que a envolver durante o seu sono rompia-se. Estranhou já não conseguir rastejar. Apercebeu-se que estava diferente tinha patas e uns braços enormes e esquisitos muito coloridos. Que lindas cores. Se calhar estou no céu das lagartas, deve ser para onde vamos quando os pássaros nos devoram. Sendo assim já não tenho que me esconder. E avanço em passinhos hesitantes para fora do esconderijo. Ficou um pouco ofuscada com a luz do sol, pois permanecer muito tempo no escuro a dormir e dando mais um passo desequilibrou-se e caiu da árvore. Conforme se apercebeu que ia cair começou a agitar, muitos os braços e percebeu que estava a voar. Tinha um par de asas coloridas. Não eram braços eram asas e ela estava a voar. Que sensação fantástica. Devo ser um anjo disse em voz alta enquanto se aproximava de um alago pois tinha sede. mas mal acabara de dizer isso viu a sua amiga cigarra que lhe disse a rir:
- Ora Raquel, não és um anjo és uma borboleta. Estás a ver, ainda há pouco tempo choravas, por te achares uma lagarta feia e agora és uma magnífica borboleta.
-Verdade? Perguntou hesitante a lagartinha que agora era Borboleta.
-Sim, espreita no lago. E a lagartinha espreitou e ficou muito tempo a olhar.
- Sou mesmo sou uma linda borboleta. - E ficou muito feliz.
-És mesmo linda respondeu a Cigarra, mas sabes, eu gostava de ti na mesma quando eras apenas uma lagarta. Pois não importa se eras lagarta feia e peluda, ou se és uma borboleta linda. O que importa é que és minha melhor amiga. E eu posso contar contigo sempre que precisares
-Tens razão, a amizade é o mais importante. Vou procurar as minhas amigas lagartas para lhes contar a novidade. E assim foram as duas amigas, divertindo-se a voar. Faziam corridas, mas ganhava sempre a borboleta. Pelo caminho encontraram uma lagartinha que ia fugir muito triste e apressada. Era uma amiga da Raquel que mal a reconhecia, mas quando ela começou a falar com ela ficou espantada. Mas tu não tens medo de mim, perguntou-lhe a outra lagarta. Claro que não respondeu a Raquel, eu já fui como tu. Mudei por fora mas não por dentro. Se era a tua amiga antes , agora continuarei a ser, até porque te posso ajudar. E depois de lhe contar a sua história a outra lagartinha ficou mais animada e foram as três brincar muito contentes, a lagartinha, a cigarra e a borboleta Raquel. E foi assim que a lagarta, isto é a borboleta Raquel, aprendeu que não importa se somos feios ou bonitos, o importante é aquilo que somos por dentro e nunca abandonarmos os nossos amigos.
Dedicada a minha sobrinha Raquel.
Ilustrações minhas
17/04/2004
Ouvi um grande barulheira,
Vir de perto da banheira
Espreitei e fiquei pasma
vi o banho de um fantasma !
Não quis acreditar
e os olhos pus-me a esfregar,
Para me certificar
que não estava a sonhar…
Mas lá estava o fantasma
Sorridente a cantar.
Eu ali tão pasma,
nem consegui falar.
O fantasma fechou a torneira
e sorridente saiu da banheira
E sempre a cantar foi-se aperaltar
Pois ao baile não queria faltar.
Quando à sala cheguei
O que vi, eu nem acreditei!
Mil fantasmas a bailarem
Pensei: devo estar a sonhar!!!!
Foi então que ouvi espirrar
Era o pobre do fantasma
Que ainda tinha asma
E acabara de se constipar
Assim ganhei coragem de me aproximar
Para lhe falar bem pertinho
Quis dar-lhe um chá quentinho
Mas não o podia tomar
Sou um pobre fantasma com asma
Que não se consegue curar
Mas diz-me se não estás pasma
E com medo de me falar?
Confesso que fiquei admirada.
Pensei que não estava acordada.
Só posso estar a sonhar,
Para aqui estar a falar
O fantasma riu à gargalhada e
convidou-me para bailar.
Disse que estava acordada e ara não me admirar,
pois tudo me ia explicar.
Aquela era uma casa bem assombrada
Uma vez por ano, os fantasmas iam lá bailar
Era o baile anual dos fantasmas para festejar
Brincar e rir à gargalhada.
Pois o resto do ano, tinham uma vida muito ocupada
Que isto de ser fantasma, tem muito que se lhe diga!!!!
Somos convidados para assombrar castelos e casarões
por incrível que pareça , no turismo atrai multidões.
E agora minha amiga vou ter que partir
Mas foi bom te conhecer, para variar
Poder falar em vez de assombrar.
Disse o fantasma a sorrir.
Então o fantasma pediu para se despedir
à moda antiga.
Senti um apequena aragem de arrepiar
Era um beijo do fantasma me estava a dar
E ouvi-o dizer : Adeus amiga, gostei de te falar.
E quando olhei para o ar só vi fantasmas elegantes a voar!!!!
E eu ainda não acreditava, no que estava a ver.
Fui para o quarto descansar, fui-me deitar
Era o mais certo a fazer,
Só podia estar a sonhar.
Acordei com o sino a tocar
O sol já estava brilhar
Pensei no sonho e sorri que grande imaginação
Foi então que vi a dizer-me adeus
O fantasma constipado
muito bem aperaltado!
E fui assim que aprendi
A não ter medo de nenhum fantasma,
Pois até eles tinham asma
Não vêm nenhum por aí?????
. Outras Histórias